19.9.08

alma.




As nuvens começaram a surgir sobre minha cabeça e o céu a escurecer. A ventania dispara, as plantas caem como se fossem gotas de chuva. Os transeuntes vão abrindo seus guarda-chuvas negros se preparando para o temporal que é anunciado por raios e trovões seguidos.
Apressam-se e eu cada vez mais devagar; nada desabaria, nem mesmo o céu, nada atingiria o estado no qual eu me encontrava. Sentei-me num desses banquinhos, observei o mar cada vez mais violento, a água caia de maneira bruta... Tudo ali se passava lentamente pra mim.
O DIA QUE PARECEU NÃO ACABAR. Aquele no qual você partiu, para sempre. Não partiu pra outra cidade ou outro país. Partiu para a outra dimensão: a dos meus sonhos. E só lá você estaria presente.
E eu me pergunto por que isso aconteceu logo agora, que eu mais precisava do teu carinho, do teu calor, da tua presença, do teu afeto? A perda dói. Arrancaram-me de uma vez você como se me arrancassem um órgão vital. Não há mais nada que me preenche. Nem a solidão. Ainda te sinto aqui, em cada lembrança.Você é parte de mim.

E que venha a primeira gota... Depois a tempestade. Que lave minha alma e a carregue pra perto da tua.

Nenhum comentário: