não sei se era porque o coração tava quente, mas essa noite quase não fez frio.

quis andar pra ver o céu e acompanhar uma lua sorridente que só crescia.
mas sem contar a lua, olhava pra cima e só via breu, meia dúzia de estrelas escondidas, postes e fios de tensão.
senti que não pertencia à esse lugar. fiquei aliviada e sorri.

Vivo quatro dias dentro de um dia só.
Um eu vivo porque preciso, dois eu vivo porque são o que eu sou e o outro é o ensaio de morte.
Dessas pequenas mortes diárias, sabe? Uma morte pra morrer as quatro vidas do dia, pra renascer e viver mais quatro no dia seguinte.

Então vivo mais quatro, morro, renasço, vivo, morro, renasço. Vivo. E sigo.

o corpo enfraquece para que possa se fortalecer.
é como dar um passo pra trás, pra depois andar uns 13.

tô recuando. mas quando eu for, vou longe.

aqui acaba um ciclo.


aqui começa o outro:

sou leonina quando eu danço.

É que eu também preciso de mim.