18.10.08

o conjunto.

E no final de tudo eu gosto de você.
Apesar de todas aquelas garotinhas ao seu redor, de todas as promessas feitas e não cumpridas, dos telefonemas não feitos, das conversas inacabadas, da falta de assunto constante, dos desencontros, de você não lembrar tanto de mim quanto eu de você, de você não fazer questão da minha presença, de às vezes passar batido por mim e fingir que não me conhece, dos pouquíssimos abraços tão apertados que você me deu e que fazem a maior falta, dos beijos que você dizia que roubaria, de você ter esquecido tudo isso, de você sempre mentir quando diz que está com saudades (quando eu digo, é porque sinto), das raríssimas vezes que nos vimos e de você nunca me dar a atenção que dava à todas as outras pessoas.
Eu gosto, e muito, mesmo que nada tenha acontecido.
É que a tua lembrança me faz bem.
É a tua lembrança, as formas que aparecem de repente quando fecho os olhos, a imagem embaçada quando me esforço para lembrar. É a tua lembrança, a cada momento inesperado, como se alguém aqui dentro, se minha mente tivesse voz... Chega a ser estranho. Mas são as estranhas sensações, ah, são dessas que eu gosto. É a tua lembrança, aquela constante, a qual já me fez ficar acostumada. Aquela que aguardo chegar, e quando não, engano a mim como se já. Criando o falso esperar. É a tua lembrança, os sonhos que me deixam triste por, pela manhã, não o lembrar. Mas é a tua lembrança, que me faz prazerosamente viver em sonhos. E é a tua presença, ah essa sim, só ela que me faz sorrir ao sentir algo fixo em baixo dos meus pés.


meu e dela, a da alma e da 'cosmicidade'.

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